sábado, 11 de setembro de 2010

PALMAS AO FRACASSO






Nesta crônica, Celso Antunes aborda de forma brilhante a capacidade do ser humano em desenvolver seus talentos, mesmo que haja algum tipo de limitação. Desta forma, ele nos mostra que o importante é a capacidade de se avaliar os progressos de cada um e, não apenas, seu resultado Andréa nunca soube dizer qual filho amava mais. Luciano, agora com quinze anos, um excelente aluno, ótimo filho e magnífico atleta. Sem prejuízo de seu desempenho nas disciplinas curriculares, sempre foi “vidrado” em esportes de maneira geral e no vôlei, de forma específica. Por uma partida, paga qualquer preço e, seja qual for a renúncia que a mesma imponha, sabe cumpri-Ia com extrema dignidade e sem jamais reclamar. Alexandre, com doze anos, é deficiente físico. Arguto, inteligente, extremamente carinhoso e com empatia que chega às raias da paixão, segue sua vida limitada pela cadeira de rodas. Da cintura para cima é perfeito e, mesmo com suas deficiências motoras, consegue ser um verdadeiro ídolo de seus colegas, sempre chamado para qualquer festa e envolvido em todas as participações e bagun-ças promovidas por sua turma. Andréa está vivendo com os filhos uma fase de euforia. Luciano, após muita luta, foi convocado para representar seu país nos jogos internacionais de vôlei que se realizará, no mês de julho, em Helsinki. Alexandre, após exaustivos exercícios nas barras paralelas, conseguiu, afinal, caminhar dois metros sem o uso da cadeira. É, ainda, muito pouco, mas com persistência e muitas horas de fisioterapia conseguirá, quem sabe um dia, manter-se em pé por alguns minutos. Qual dos dois sucessos empolga mais Andréa?Impossível dizer. Não existe como comparar a seleção brasileira de um e os dois metros vencidos pelo outro. O que a torna eufórica com o desempenho de seus dois heróis são, essencialmente, seus progressos e não seus resultados. Luciano é Luciano e Alexandre é Alexandre e, jamais, o limite de um servirá de parâmetro para o limite do outro.
Nem todos os professores pensam assim...Avaliando seus alunos pelos rígidos limites de uma nota, descobrem apenas o ponto máximo a que podem chegar e não a dimensão do progresso de cada um durante o ano letivo. Se um de seus alunos “cresceu” muito durante o ano e a bagagem de conceitos que domina é o dobro dos que dominava há um ano, isso de nada vale diante do parâmetro absoluto e tirano de uma nota que define o limite da reprovação. Para professores assim, apenas Lucianos interessam... Progrediu muito, mas não pode passar. Não chegou à média cinco. Parabéns para um outro colega que, durante o ano, apenas regrediu, mas cujo resultado ultrapassou o absurdo número-limite.
Fonte: Celso AntunesApós a leitura refletir um pouco sobre o assunto que de fato é de suma importância, quando observamos os bancos de nossas escolas e vemos alunos esforçando em busca de conhecimento, e muitas vezes o resultado em questão de nota não é satisfatório. Enquanto isto existem outros que estão buscando não conhecimento, mas, reconhecimento através dos diplomas e certificados, estes são os tais cérebros vazio e enxados que não tem nada a oferecer, apenas arrogância, e preconceitos aos menos favorecidos, pois na verdades a mídia não vê o homem pelo o que é, mas pelo que tem, não importa como conseguiu, de onde veio, por onde passou, o importante é ter . (Sirley Lemos)

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