quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Estimulação psicossocial

A estimulação psicossocial é algo fundamental na pré-escola, pois estas são as primeiras experiências com o meio que influenciarão muito no futuro. Pois este é um período crucial na vida da criança Portanto é imprescindível que haja desenvolvimento nos anos escolares, apesar das dificuldades  e  exigências do meio.
A partir da concepção do ser humano, dá-se inicio a um longo e importante processo de desenvolvimento. Segundo Shepherd (1996) o corpo cresce à medida que o Sistema Nervoso se modifica pelo crescimento. As conexões entre as células nervosas (sinapses) estão na dependência do uso da estimulação.
Portanto,  a partir do nascimento cada estímulo é registrado e provoca transformações na estrutura interna do cérebro. Se não forem estimuladas adequadamente naquele período elas simplesmente não se formam mais,  e pode trazer sérias conseguencias no desenvolvimento psicomotor das crianças.
segundo Piaget a afetividade, corresponde à energética, a motivação, portanto o que move as ações. O meio produz efeito positivo ou negativo na vida da criança

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

OS SONS DA FLORESTA


No século III d. C., o rei T’são mandou seu filho, o príncipe Tai, ir estudar no templo com o grande mestre Pan Ku. O objetivo era preparar o príncipe, que iria suceder ao pai no trono, para ser um grande administrador. Quando o príncipe chegou ao templo, o mestre Pan Ku logo o mandou, sozinho, à floresta de Ming-Li. Ele deveria voltar um ano depois, com a tarefa de descrever os sons da floresta. Passado o prazo, Tai retornou e Pan Ku lhe pediu para descrever os sons de tudo aquilo que tinha conseguido ouvir.
“Mestre”, disse o príncipe, “Pude ouvir o canto dos cucos, o roçar das folhas, o alvoroço dos beija-flores, a brisa batendo suavemente na grama, o zumbido das abelhas e o barulho do vento cortando os céus”. Quando Tai terminou, o mestre mandou-o de volta à floresta para ouvir tudo o mais que fosse possível. Tai ficou intrigado com a ordem do mestre. Ele já não tinha distinguido cada som da floresta?
Por longos dias e noites o príncipe se sentou sozinho na floresta, ouvindo, ouvindo. Mas não conseguiu distinguir nada além daqueles sons já mencionados ao mestre Pan Ku. Então, certa manhã, sentado, entre as árvores da floresta, começou a discernir sons vagos, diferentes de tudo o que ouvira antes. Quanto mais atenção prestava, mais claros os sons se tornavam. Uma sensação de encantamento tomou conta do rapaz. “Esses devem ser os sons que o mestre queria que eu ouvisse”, pensou. Sem pressa, o príncipe passou horas ali, ouvindo e ouvindo, pacientemente. Queria ter a certeza de que estava no caminho certo.
Quando Tai retornou ao templo, o mestre perguntou o que mais ele tinha conseguido ouvir. “Mestre”, respondeu reverentemente o príncipe, “quando prestei mais atenção, pude ouvir o inaudível – o som das flores se abrindo, do sol aquecendo a terra e da grama bebendo orvalho da manhã”. O mestre acenou com a cabeça em sinal de aprovação. “Ouvir o inaudível é ter a disciplina necessária para se tornar um grande administrador”, observou Pan Ku. “Apenas quando aprende a ouvir o coração das pessoas, seus sentimentos mudos, os medos não confessados e as queixas silenciosas, um administrador pode inspirar confiança a seu povo, entender o que está errado e atender as reais necessidades dos cidadãos...”
(Texto extraído da revista exame de 28 de outubro de 1992).
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sábado, 12 de fevereiro de 2011

LUTA CONTRA O PRECONCEITO


Simplesmente Fantástico, Parabéns TAM!!

Aconteceu na Tam, pessoal, é verídico !!!

Uma mulher branca, de aproximadamente 50 anos, chegou ao seu lugar na classe econômica e viu que estava ao lado de um passageiro negro.
Visivelmente perturbada, chamou a comissária de bordo.
'Qual o problema, senhora?', pergunta a comissária..
'Não está vendo?' - respondeu a senhora - 'vocês me colocaram ao lado de um negro.
Não posso ficar aqui. Você precisa me dar outra cadeira'
'Por favor, acalme-se' - disse a aeromoça - 'infelizmente, todos os lugares estão ocupados.
Porém, vou ver se ainda temos algum disponível'.
A comissária se afasta e volta alguns minutos depois.
'Senhora, como eu disse, não há nenhum outro lugar livre na classe econômica.
Falei com o comandante e ele confirmou que não temos mais nenhum lugar na classe econômica.
Temos apenas um lugar na primeira classe'. E antes que a mulher fizesse algum comentário, a comissária continua:
'Veja, é incomum que a nossa companhia permita à um passageiro da classe econômica se assentar na primeira classe.
Porém, tendo em vista as circunstâncias, o comandante pensa que seria escandaloso obrigar um passageiro a viajar ao lado de uma pessoa desagradável'.
E, dirigindo-se ao senhor negro, a comissária prosseguiu:
'Portanto senhor, caso queira, por favor, pegue a sua bagagem de mão, pois reservamos para o senhor um lugar na primeira classe...'
E todos os passageiros próximos, que, estupefatos assistiam à cena, começaram a aplaudir, alguns de pé.
'O que me preocupa não é o grito dos maus. E sim o silêncio dos bons...' (Martin Luther King)

"Enquanto a cor da pele for mais importante que o brilho dos olhos, ainda haverá guerra."
(Bob Marleyimplesmente Fantástico, Parabéns TAM!!

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

COMO EDUCAR UM FILHO



Os nossos filhos, enquanto pequenos são os nossos "eternos"  imitadores, imita o nosso olhar, gestos e palavras. pra eles representamos a sua ponte de passagem. veja só que exemplo! 

PROFESSOR NOTA ZERO

 Ely Paschoalick 
Um exemplo vivo para a educação brasileira.



As universidades também têm professores nota zero
Outro dia escrevi um artigo sobre o ENEM recordando uma criança que ganhara um concurso literário com uma poesia composta de duas linhas e quatorze palavras.
Este fato estimulou uma leitora a enviar-me um e-mail relatando uma experiência sua com uma professora nota zero na Universidade Federal de Uberlândia (UFU).
Conta-me, a leitora, que uma determinada professora solicitou, para fins avaliativos, que cada aluno individualmente apresentasse cenicamente uma poesia para os colegas.   
Chegando sua vez, a aluna teatralizou um poema de Carlos Drummond de Andrade composto de três linhas e oito palavras, incluindo-se entre elas dois artigos definidos e uma conjunção:

COTA ZERO
STOP
A VIDA PAROU...
OU FOI O AUTOMÓVEL?
A professora raivosa tomou a atitude como uma afronta pessoal e “aos gritos” deu o prazo de sete dias para a aluna apresentar outro texto.
Talvez para ela Drummond não era poeta... Ou “Cota Zero” não era peça literária... Ou na verdade ela desejaria era que os alunos memorizassem infindáveis estribilhos...
Não sei o motivo, todos acima são conjunturas, pois a mim eles não foram relatados. Apenas a aluna contou que a professora marcou dia e hora para a última chance da universitária.
Chegada a hora da derradeira audição a aluna repetiu Drummond e a professora reage de uma forma inusitada:
“Ela me agarrou pelos braços e foi me arrastando pelo corredor da faculdade dizendo que me levaria para a coordenadora do curso pelo afronto à pessoa dela.
Até que eu caí na real e dei-lhe um solavanco dizendo para ela sim, me respeitar e respeitar o que Drummond escreveu. Disse-lhe também que eu não poderia pagar pelo que Drummond escrevera. Que ela, como professora, poderia me avaliar com nota baixa, mas jamais dizer que não cumpri o proposto ou que não obedecera ao critério imposto uma vez que o mesmo fora o de teatralizar um poema”.
Os argumentos da universitária serviram apenas para livrá-la da sala da coordenação, pois ao ter sua nota publicada verificou que recebera um zero. Como tal nota não prejudicava a aprovação da aluna no curso, esta resolveu deixar para lá.  
No entanto hoje aqui nesta coluna registramos a nota zero a esta professora universitária.

NOTA ZERO por ser uma professora que não definiu previamente os critérios de exigências na apresentação de um trabalho.
NOTA ZERO por ter usado de sua força autoritária sobre a aluna.
NOTA ZERO por ter levado uma relação profissional para o pessoal-emotivo.
NOTA ZERO por desprezar a criatividade da aluna e de Drummond.
Você consegue imaginar um diálogo entre esta professora NOTA ZERO e Drummond?
Fale comigo pelo: elypaschoalick@gmail.com
Saiba melhor quem é Elypaschoalick lendo aqui
Conheça os temas das palestras de Elypaschoalick 

*Ely Paschoalick é educadora e consultora em comportamento humano, nascida em Batatais - SP. É a terceira filha dos educadores sociais Guilherme Paschoalick e Maria Alzira Corrêa Paschoalick. Ely é avó de cinco netos Eduardo, Fernando, Roberto, Nikolas e Guilherme. É mãe de Tatiana Cristina, Vanessa Cristina e Moisés Guilherme. Paschoalick realiza palestras por todo o Brasil; atende consultas de orientação às crianças, jovens, pais, professores, supervisores e demais envolvidos no processo educacional; presta consultoria educacional aplicada em escolas e consultoria organizacional a empresas de prestação de serviço, comércio e indústria. É mediadora do programa "Concentração Training" cujos exercícios ampliam o poder de: Observar! Analisar! Perceber! Comparar! Sintetizar! Concluir! E auxiliam o aluno a desenvolver uma autoestima positiva. Ely é colunista de vários sites e constantemente está na mídia regional do Triângulo Mineiro -onde reside- que carinhosamente a chama de "Super Nany do Cerrado”. Ely Paschoalick possui formação em Administração Escolar, com especialização em consultoria Organizacional e Educacional. Atua profissionalmente desde 1968 tendo ministrado palestras, cursos e consultas para mais de 30 mil pessoas atendendo consultas a alunos de todas as idades, pais e educadores.

Lista de artigos...

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

lutar contra o preconceito é lutar a favor da vida.

A  inclusão vai muito alem de apenas admitir alunos com necessidades especiais nas salas de aula, os professores tem que está preparado e não basta um ou dois professores serem capacitados, mas sim,  toda a equipe. Há também que ser desenvolvido um trabalho de conscientização dos pais e das outras crianças para que haja não só a inclusão, mas uma verdadeira relação de convivência e interação do aluno especial na escola. 
Estou  indignada, recebi uma ligação de uma mãe desesperada, pedindo ajuda, dizendo não saber o que fazer, o fato é que esta senhora e seu esposo são portadores do HIV e seu lindo filho também. esta criança teve uma vida normal em sua  escola, até o momento em que a direção e os pais de outras crianças souberam deste fato, e então acabou a paz desta criança e de sua familia, seus pais tiveram que tira-lo da escola para assim ter um pouco de paz.
Sinceramente, eu vivo em um Pais maravilhoso, tive o privilegio de conhecer e viver em outros lugares fora do Brasil, nenhum lugar por onde passei substituiu em meu coração o lugar todo especial que sinto pela minha Patria. mas nem por isto deixo de enchergar o lado negro e negativo que ainda existe em nosso Pais que é o preconceito.
Tenho o privilégio de trabalhar com uma linda jovem, especial, as vezes esqueço que é especial, justamente por ser tão dedicada e inteligente uma jovem que tem mais o que ensinar do que aprender. jamais substimei a sua capacitade, pelo contrário sou surpreendida dia após dia diante da sua determinação, coragem e vontade de vencer. 

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

LUTA CONTRA O PRECONCEITO



Grupo de Tai Chi Chuan, portadores de autismo em graus diversos.
Apresentação no Festival das Estrelas da cidade de Anjo, 2010.

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Blogagem coletiva
Tema: Inclusão de deficientes físicos/portadores de necessidades especiais na sociedade.
Mais informações no blog da querida amiga Pandora, clique aqui!
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Conto um "causo"...

Lembro-me quando era ainda adolescente...
Casa de cultura - Ipiranga, São Paulo.
Dia de show beneficente, o destaque era um grupo de cantores deficientes visuais.

Chega uma apresentadora toda sorridente.
E começa um discurso longo e chaaaaato, piegas até a raiz dos pentelhos.
Elogia os artistas, "estes deficientes são heróis, estão aqui para provar que o deficiente também pode, que mesmo sofrendo tanto e tento uma vida tão amargurada ainda conseguem sorrir e cantar"...
E toma elogios aos pobres e sofridos deficientes desbravadores, batalhadores, animadores, das dores, sei lá mais o que.

De saco cheio, uma integrante do grupo de cantores deficientes-desbravadores-batalhadores-etc-das-dores, microfone em mãos, disse: a senhora poderia interromper esta humilhação pública para a gente poder cantar? Nosso problema é nos olhos, não na garganta, a gente não vê a flor, mas cantá-la, podemos sim!

Esta menina autista estava no meio do grupo de dança Yosakoi
(Yosakoi, a dança das "castanholas" japonesas, leia/releia o post que fiz anteriormente.).
Igual às outras crianças, ela se esforçou e ficou feliz com sua arte.
Nem mais, nem menos, ela é uma criança esforçada.

Neste dia aprendi que:
- é muito humilhante ser visto como "coitadinho, menos".
- ser visto como herói , por superar obstáculos - cansa.
- é chato que lhe atribuam o papel de "exemplo de vida" quando muitas vezes apenas tenta-se viver melhor.
- deficiente não é coitadinho e sim tem uma condição diferente de vida, com necessidades próprias.

Nosso papel é compreender o modus operandi da vida do outro, que sempre será diferente da nossa, não importa que condição temos. E facilitar, melhorar para todos (exigir rampas de acesso, respeitar vagas de portadores de deficiência em supermercados, etc)
Cada um tem suas deficiências, necessidades e eficiências.
Não devemos é tornar tudo mais difícil... mesmo quando queremos ajudar.

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Me lembro do que diziam alguns amigos portadores de necessidades especiais que faziam faculdade comigo.
Sempre me reportavam que o "preconceito às avessas" cansava tanto ou mais que o preconceito direto.

Para eles, terrível era sair às ruas e ver gente olhando "com cara cheia de ternura e carinho, mãos em tchauzinho e sinais de positivo com a cabeça". Olhares marejados de piedade aos pobres miseráveis deficientes.
Gente que quer expressar sua simpatia e compaixão, trazem docinho e flor ao vê-los na rua, que chora emocionada e consternada quando eles passam.
E quando eles conseguiam subir uma calçada, por exemplo, sempre vinha um sem-noção que  parava e começava a aplaudir, gritando "não desista, você chega lá". Vida que vira um Teleton/Criança Esperança.

Era preciso contar até mil ao ouvir conversinhas do tipo: nossa, você é paralítico, está na cadeira de rodas mas sorri! E eu aqui, "perfeito", só reclamando da vida. Você é ma-ra-vi-lho-so e outras palavras elogísticas heróicas...
Ah, claro! Sem esquecer os que vinham consolar e justificar: aguente firme, meu irmão, isso é resgate da outra vida que você foi muito mal e agora está pagando!

Ai dos meus amigos, quando reclamavam aos piedosos, sempre ouviam: estou querendo ser legal com você, deficiente. E você acha ruim, seu ingrato?

Este tipo de postura muitas vezes é mais excludente que o preconceito direto, por humilhar. Ninguém gosta de ser visto e tratado como menos, inferior, infantilóide.
Fora que deficiente não é dublê de Jesus: eles também tem bons e maus sentimentos, bons e maus momentos, como qualquer pessoa.

O que eles mais desejavam, como deficientes?

Que fossem tratados e respeitados como qualquer cidadão, independente de raça, cor, condição econômica e física também.
Que os ditos "normais" os olhassem na alma, a fim de entender que são gente como qualquer gente neste mundo.
Legal é ser respeitado, não "amado" como se fossem cachorros fofinhos.
E claro, condições sociais para viver de maneira adequada e independente, poder exercer sua cidadania, participação em sociedade.
Apenas isso, o resto eles se viram.

E quem realmente os ajuda é aquela pessoa que naturalmente faz isso com qualquer um. 
Se aproxima num sorriso, age normalmente e bota a mão na massa.
Pessoas que fazem o bem por ser a natureza pessoal delas e não fazem teatro de suas boas ações.

Mais um grupo de pessoas com deficiências diversas - autismo, visão, esquizofrenia, etc.
encontram equilíbrio e paz na suavidade do Tai Chi Chuan.

Gosto dessas apresentações, acontecem por todo o Japão.
Atividades e temas diversos, integração.
Esta é na estação de trem JR Anjo, aqui em Aichi.
Estão lá, deficientes e não-deficientes unidos e compondo um único espetáculo.

Nada de anúncios do tipo: "olha ai os deficientes, os coitados" ou coisa parecida.
Simplesmente fazem sua apresenteção e saem orgulhosos por terem feito tudo direitinho.
Assistir chorando? Só se for pela emoção da apresentação em si, não por eles, que estão atuantes na sociedade, eficientes.


A apresentação foi perfeita.
Claro, porque seria diferente?
Eles não são diferentes de mim nem de você.

Ajuda muito mais quem briga por uma entrada especial para deficientes, placas e papéis em braile, sinal sonoro nos semáforos do que afaguinhos melosos

sábado, 22 de janeiro de 2011

ESTÁGIO REALIZADO NA ESCOLA CEIA - criança 4-5 anos

Realizar este estágio foi um privilégio, experiências marcantes, observar as crianças brincando durante as aulas, um meio para estimular aprendizagem, e principalmente na hora do recreio, crianças correndo pra lá e pra cá, sorrindo com muita alegria, aproveitando o máximo aquele período de recreio como se fosse o ultimo. As crianças brincam de cantiga de roda, jogos competitivos, conceitos matemáticos: largura, cumprimento, distancia (perto longe (interação e socialização)). Enfim estou aprendendo com cada criança.
Escolhi esta Instituição porque penso ser uma das melhores escolas de Educação Infantil do Triângulo Mineiro, inclusive minhas três crianças estão tendo a oportunidade brilhante de estudar nesta Instituição de Ensino, os crescimentos deles tem sido notório em todas as áreas. E também a escola fica perto de casa e do meu trabalho.
No decorrer de minhas visitas a escola, presenciei um pouco as necessidades de alguns alunos, pois são carentes e afetuosos e se apegam fácil quando os damos carinho e atenção. Alguns têm pais separados, outros não moram com a mãe, e isso os faz crianças inseguras e necessitadas de proteção.
O ambiente escolar é amplo e essencial às crianças, pois tem seu espaço bem dividido onde podem brincar estudar e se alimentar. Durante esses dias tenho observado a dedicação da professora Marieta ao alfabetizar as crianças é feito de uma forma prazerosa, são utilizados livros adotados pelo sistema Markensi, a educadora deixa claro a importância da utilização de livros em sala de aula: por mais que surgem idéias inovadoras, que fazem as crianças avançarem cada vez mais na aprendizagem, os livros sempre terão seu espaço todo especial. Não simplesmente nas prateleiras das bibliotecas do mundo afora, ou até mesmo na escola, mas nas mãos de todos, não importa a idade, pois na medida que folheamos livros e mais livro independente da idade terá a capacidade de enxergarmos novos caminhos e horizontes sendo abertos ao nosso favor, então o aluno tem acesso aos livros mesmos ainda em fase de alfabetização.
 Também as atividades são feitas dentro da faixa etária, seguindo os conteúdos programáticos para esta fase, o método utilizado é o silábico, utilizando a linha de Paulo Freire, trabalha com o jogo da memória, brincadeiras que envolvem coordenação motora fina, recorte, bolinhas, fio de lã, cordão etc.; Oralidade: Musica poesias, teatro, representação utilizando o corpo. A professora disse pra me enquanto eu estava observando, que nestas fases as crianças necessitam de expressão corporal, oralidade, coordenação motora fina e ampla atividades que envolvem a memorização. Contudo, é importante lembrar que a memorização e a repetição, quando bem orientadas e com objetivos definidos, são muito importantes na aprendizagem. A professora ler estórias vagarosamente para que elas entendem e depois respondam as perguntas no próprio livro, a professora confecciona para os alunos fichas com seus respectivos nomes, em letra cursiva e em letra bastão, para proporcionar o contato deles com as letras de seus nomes e de seus colegas. Com estas fichas são realizadas atividades como: identificar a ficha que contem o nome do colega, contar o numero de letras destacando a letra inicial e a final. Os alunos também são solicitados a escreverem os nomes dos colegas da sala e o deles próprios para que assim se possa avaliar se consegue fazer esta atividade sozinha, assim, a escrita realizada pelas crianças servirá para identificar em qual nível psicogenético (relatado anteriormente) elas se encontram.
            Esttive  freqüentando as aulas diariamente, por isso tive um melhor contato com as crianças, e estou aprendendo muito com elas. Fiquei super emocionada quando uma das crianças me abraçou e disse; tia deixa eu te falar um segredo. Puxou-me perto dela e aos meus ouvidos disse; tia eu queria que você fosse minha mãe. Meu Deus! Naquele momento, fiquei sem palavras apenas beijei sua testa com muito carinho e proteção.
  A professora  me proporcionou a oportunidade de colaborar com ela em todas as atividades, portanto, estive à vontade junto às crianças. Levei  pra casa e pra vida a sinceridade de cada sorriso, abraço, aperto de mão, um lindo presente em forma de um papel amassado e dobrado com um desenho cheio de beijinhos, estas são experiências marcantes que com certeza será de grande valia para a vida toda.
         Conclui este trabalho com bastante satisfação, vivenciei momentos inesquecíveis, que servirão não somente no âmbito profissional, mas pessoal, posso afirmar que seria um privilégio se todos os pais tivessem a oportunidade  de estagiar em uma sala de  aula pelo menos um dia, sua visão de escola seria outro. Certamente não deixaria que a escola carregasse sozinha a responsabilidade de ensinar. Pois o incentivo dos pais aos filhos na hora de folhar as paginas do caderno de atividade de casa é super importante, é um momento mágico, singular que valerá para toda a vida. Pois, para que o processo de ensino e aprendizagem seja um sucesso é preciso uma parceria entre escola e pais.
        Está observando a realidade desta escola e conhecendo seus projetos obtendo uma intensidade a mais com o profissional ali dentro começando pela direção foi um grande desafio para mim, pois não é fácil obter a confiança do dirigente de uma instituição, esta ali presente dentro da escola observando tudo que acontece, foi muitíssimo importante para o meu crescimento como educadora por isso integrar no estágio assim vale muito a pena.  
       Para descrever estes dados, foi preciso muita dedicação e dias de pesquisas sobre fatos reais que foram obtidos através das visitas e entrevistas com todos os funcionários da Instituição, inclusive os construtores, que não mediram esforços em colaborar. Percebe-se que os conteúdos curriculares seguem rigorosamente os conteúdos curriculares do ensino da educação infantil e são trabalhados através dos projetos auaís e a prática pedagógica é cumprida da melhor maneira possível. Enfim, foi gratificante vivenciar, analisar e relatar as dificuldades e facilidades colhidas para a elaboração desse relatório de estágio, tudo isso contribui muito para meu crescimento profissional. Durante todos esses dias de estágio pude notar o desempenho de cada funcionário desde o porteiro até a auxiliar de cozinha o amor e dedicação a cada criança. Realmente esta Instituição  tem o propósito de promover uma base sólida, capaz de encaminhar os alunos na vida, como homens de respeito, cidadãos capazes de se integrar na sociedade, valorizando o outro, bem como, o próprio meio onde convive. E, sobretudo, resgatar nas famílias a importância de uma boa e eficaz educação, centrada na criança, digna e capaz de se perpetuar pôr toda sua vida.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Educação

Lei de Diretrizes e Bases da Educação: novos problemas e novos desafios
Prof. Dr. Eduardo Marques da Silva
O exercício da cidadania no Brasil é muito precário (Vlasman, 1998), se compararmos com os centros mais avançados de nosso planeta. Especialmente nas camadas mais populares de nossa sociedade urbana, que vive hoje o inchaço da explosão demográfica, observamos um total sentido de letargia de nossas escolas, provavelmente alimentadas pelas parcas respostas dos frutos conquistados de seu trabalho. Vivemos em um país que ainda procura sua identidade maior. Pesam de maneira contrária os quase quatro séculos de escravidão emoldurados por uma história longeva de autoritarismo mandonista, simbolizados por um conjunto complexo de famílias nucleares que convivem na mais absoluta diversidade. Não só nossa terra, mas nossa formação social, mesmo a urbana, é de profundos contrastes.
O século XX, o século do não, foi responsável por um forte solavanco socioinstitucional no continente sul-americano que deixou suas marcas entre nós. A velocidade dos acontecimentos, os abalos e mudanças causadas pelos avanços tecnológicos comprometeram toda a nação, alterando-lhe hábitos e costumes. Rapidamente nosso espaço urbano, em um mundo marcado pela crise de paradigmas – especialmente o fracasso do pensamento cartesiano –, apontava claramente para nosso quadro verdadeiramente descompassado diante do dinamismo e modernidade do exterior. O resultado mais calamitoso foi que tínhamos “perdido o bonde da História”.
O advento da robótica associada à informática, suplantando o tão decantado fordismo como modelo de aceleração e eficiência das práticas de produção, anunciava felizes e ao mesmo tempo tristonhas novidades para nosso povo. Traziam mudanças que nos afetariam muito mais do que imaginávamos. Não percebíamos, mas o primeiro mundo nos olhava com profunda desconfiança e desapontadora percepção. No amanhecer da segunda metade do século XX, nossos governantes vivificavam, geralmente de maneira populista, uma megalomania em seus projetos que acarretaria imensos prejuízos para nosso futuro. Parecíamos uma população composta de bilontras e bestializada. Após um curto período de história, o regime declaradamente autoritário se instaurou definitivamente. Os velhos remanescentes da cultura tenentista assumiam o controle de nossa pátria assolada por complexidades múltiplas que vinham desde a sua formação até aqueles dias. A Revolução de 1964 iniciava um governo que, até os dias de seus estertores, promoveu verdadeira evasão de talentos de nosso país. Alguns por questões políticas, outros por razões que até a própria razão desconhece.
Por ser uma ditadura, a população oprimida sentia a força do poder de punição que o Estado sempre fazia questão de ostentar. Por serem militares, os governos dificilmente conseguiam assumir caráter popular em seu perfil e prática de poder. Enfim, vivemos nas universidades, durante o período em questão, a tutela da ordem. Não conseguíamos ser uma ideia de universidade, tampouco uma universidade de ideias. O ensino das sombras e a cultura do medo marcavam as relações entre docentes e discentes, dentro de um ambiente manchado por violência, controle, coerção e ameaças constantes.
Após a Revolução, mergulhamos em um processo frenético de reconstrução que simulava acelerações e freios repentinos nas leis e emendas que objetivavam reencontrar o rumo perdido de nossa academia. O estrago havia sido grande! A educação se encontrava diante de um imenso desafio: a reconstrução ou a construção?
Por tudo isso, insistimos aqui na necessária e urgente tarefa de mapear o que pode ser feito na relação entre a mais recente Lei de Diretrizes e Bases da Educação (9394/96) e a (re)construção da cidadania em nosso país. Sabemos que é, hoje, tarefa necessária e principalmente decisiva para a retomada da construção e do ritmo de continuidade do nosso maior sentido identitário de nação.
Cidadania: Qualidade de cidadão – Qualidade de uma pessoa que possui, em uma determinada comunidade política, o conjunto dos direitos civis e políticos
(Fernandes, Luft, Guimarães, 1993).
Cidadania: Portador de direitos e privilégios individuais, os direitos civis, políticos e sociais
(Abril, 1972).
O conceito de cidadania, tomando por base a Constituição, é muito mais uma cidadania imaginada que constatada. Implica sempre direitos e deveres observados e cumpridos sempre no tempo em que a lei está em vigor. Tomando do ponto de vista do legislador e suas expectativas, fica claro que insiste em afirmar que todos devem ter assegurados os seus direitos, como o da educação.
Temos os excluídos (Perrot, 1991, p. 238), sem direito à posse de terra e alijados da oportunidade de lucro gerado por sua produção. Ao longo dos anos, foram desenhadas novas formas de vida em outros mundos urbanos de nossa geografia social. Nosso país promoveu a configuração de um quadro social de pessoas que já não mais pertencem oficialmente ao mundo dos incluídos. Hernando de Sotto, em O mistério do capital, afirma tratar-se de um fenômeno mundial (2000). Porém notamos que carregam desesperada e insistente permanência: o elo do contato com suas origens culturais. Como denominarmos tal contingente de informais, excluídos etc.? Excluídos se refere ao mundo que os envolve. Algo maior, mais denso, mais nervoso e menos decifrado pela grandeza. Sotto afirma que são pessoas que possuem casa própria, registro em cartório, identidades, mas vivem no desemprego absoluto por mais de oito anos. Famílias inteiras estão envolvidas nesse universo. Compõem universos sociais distintos, universos de cultura distintos e, certamente, escolas e saberes distintos. Hoje, na América do Sul, representam um total de 78% da população urbana (Sotto, 2000). A pergunta que não quer calar é: Vivem de quê? Como se relacionam e qual sua identidade cultural? Praticam o capitalismo ou estão fora dele? Como isso é possível dentro de um Estado puramente e ainda regulacionista, que se diz neoliberal? Hernando de Sotto novamente socorre classificando-os como extralegais. Extralegais? Como? Alguém pode viver assim por muito tempo? O mais aterrador de tudo é que a pesquisa do respeitadíssimo cientista chileno afirma que, somente aqui na América do Sul, possuem e movimentam quase US$ 1 trilhão apenas em suas propriedades (moradias). Como isso se encontra em nossos centros urbanos? Será que somente o Estado do Rio de Janeiro está fora dessa realidade? Como a escola e a universidade se justificariam diante de um quadro tão desafiador? Quem são essas pessoas? Cidadãos ou não-cidadãos? Certamente suas economias subcapitalizadas representariam uma temeridade para o Estado. Trata-se de um caso de polícia e justiça, obviamente. O Estado regulacionista é incapaz de realizar mudanças pela absoluta incapacidade de não mais acertar na sua classificação social. Seu maior pecado foi ter permitido a proliferação da pobreza e da profunda desigualdade social sob a insana alegação ser apenas um resultado do jogo do capitalismo.
Assim, o urbano, o grande centro nervoso de nosso sistema cultural e empresarial, possui no interior de sua grandeza sua fraqueza, uma vez que passa a comportar e compartilhar realidades diversas (Ventura, 2002). Os habitantes de São Paulo e Rio de Janeiro vivem uma estranha ditadura da violência, aprisionados e temerosos. Há, no urbano fluminense tanto quanto no paulistano, um convívio perigoso e conflitivo: a favela é a face da violência explosiva e a violência gravada no defensivismo de seus vizinhos.
O centro urbano convive com uma forma de capitalismo sombrio cujos componentes não possuem expectativas do exercício da cidadania plena. Ter emprego ou trabalho formal faz parte de um quadro em profundas transformações.
Ser cidadão brasileiro, à luz da Lei de Diretrizes e Bases, torna-se um imenso desafio. Diversos profissionais de áreas de trabalho variadas criticam e/ou reclamam de maneira contumaz da má formação educacional dos educandos que formamos.
Em seu primeiro parágrafo do artigo 1º, a LDBEN afirma, sob o título de Educação, que:
Esta lei disciplina a educação escolar, que se desenvolve, predominantemente por meio do ensino, em instituições próprias.
A lei coloca a escola como responsável direta pela transmissão através do ensino da educação escolar. O que seria essa educação escolar? Qual seu objetivo? Estaria a escola pronta para tal obrigação? Temos muitas dúvidas e indagações. Sabemos que não há condições ideais para a plena execução do desejo que expressa a lei. A lei especifica que a Educação vincula a Escola ao mundo do trabalho e à prática social. Seu segundo artigo diz:
A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o livre desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da sua cidadania e sua qualificação para o trabalho.
A lei imputa o dever da educação a duas instituições com várias facetas, como a família? Qual família (Tort, 2001; Scheinvar, 1998)? A rica, a pobre, ou ainda a família do extralegal? Será que o Estado, sempre através de seus representantes, aprova leis em benefício próprio e deixa escolas e outras instituições sem condição de atendimento de qualidade? Qual o padrão seguir diante do difícil quadro de complexidades sociais em que estamos mergulhados? Temos uma certeza: o exercício da cidadania imporá sempre algumas respostas. Porém, ao observarmos o artigo 3º da LDBEN, notamos princípios que nos parecem, hoje em dia, verdadeiros desafios à educação:
igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o saber; pluralismo de ideias e de concepções ideológicas; respeito à liberdade e apreço à tolerância; coexistência de instituições públicas e particulares; gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais; valorização do profissional da educação escolar; gestão democrática do ensino público, na forma desta Lei e da legislação dos sistemas de ensino; garantia do padrão de qualidade; valorização da experiência extraescolar; vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais.
Resta saber de que escola estamos falando: a do desejo ou a da realidade vivenciada. Sabemos que esses princípios de igualdade são praticamente inatingíveis, no quadro que se desenha diante de nós. A civilização capitalista precisa urgentemente de um choque de humanidade através da prática pedagógica diária. Que seja permanente, contínua e garanta efetivamente convívio para a paz. Que não transforme nossos educandos em profissionais obsoletos no mercado de trabalho. Que não os condene ao mais desumano ostracismo funcional. Que permita ao Estado a promoção das garantias de bem-estar e bom viver. Que garanta uma escola nova, moderna, inclusiva. Identificada com nossa realidade cotidiana, no interior do nosso espaço urbano.