Gestão Escolar não é gerir e administrar o espaço
escolar no sentido físico e pedagógico, mas sim prover uma construção do ser
através da educação, educar é participar rompendo as barreiras da diversidade
transpondo os limites do seu espaço, conduzindo os seus sujeitos para novos
rumos, e do produzir e compartilhar. Tendo este ideal propomos uma educação que
não é retida pela escola e a sociedade, pois educar é participar dos mundos dos
sujeitos que fazem parte da educação, lhes inserindo no universo do saber para
que possam intervir no ambiente onde interagem.
Gerir educação é intervir no espaço social e universo cultural do ser
humano, Sacristán contribui nesta perspectiva com a seguinte declaração: “O ser
humano é um ser social, por isso é também um ser cultural, e através do
exercício dessa condição, aproveita a cultura comunicada entre os indivíduos”
(Sacristán, 2002, p.42). Assim a gestão
escolar precisa interagir na cultura e na participação social dos educandos,
com um projeto pedagógico participativo que visualiza o coletivo, propondo uma
educação onde todos tem sua manifestação pessoal dentro da sua cultura e
condição social valorizada; vindo a desenvolver uma gestão democrática,
valorizando a cidadania não como uma utopia mas realidade, inserindo nos
sujeitos o seu papel popular, no cenário real da vida. Precisamos compreender a
democracia além do povo e do governo para irmos além das esferas do poder;
assim estaremos entendendo a participação de todos em uma gestão escolar, cada
um tem sua importância em sua posição sem deseshierarquizar o espaço escolar,
mas sim desesterritorializar. Pois
gestão escolar democrática não cria territórios na escola, mas participa dos
movimentos da escola respeitando as ideias de todos, em uma dialética
promovedora de uma política que sai do escritórios para os espaços populares e
na educação popular tem suas bases propulsoras.
A
política e a educação precisam andar juntas, e tem uma profunda relação, Paro
sobre esta relação diz: “A questão da relação entre política e educação
escolar, costuma aparecer no âmbito do senso comum, associada a duas posições:
Uma que nega a legitimidade ou procedência dessa relação e outra que afirma”
(Paro, 2002, p.11). Vamos refletir um
pouco sobre esta declaração de Paro; a posição que nega é a que quer deter o
poder em si própria, tendo medo de que suas ideologias sejam frustradas pelas
intervenções dos outros. A que afirma e defende esta relação, vê na política
uma oportunidade de interferir e construir com suas ideologias os espaços dos
outros em suas participações dentro e fora dos muros da escola.
Nenhum comentário:
Postar um comentário