sexta-feira, 27 de maio de 2011

AVALIAR, UMA QUESTÃO DE AMOR E JUSTIÇA.

Avaliar uma criança  no sentido de puni-la, é despertar nela o desinteresse pela aprendizagem, é colocar em pauta  o baixo estima, dizendo em outras palavras, pare, você  não é capaz! é matar um futuro brilhante.  Em nosso solo existem inúmeros de adultos analfabetos e seme-analfabetos, porque não foram estimulados no momento crucial de suas vidas, enquanto pequeno caminhando diariamente rumo a escola com garra e vontade de aprender, mas infelizmente muitos "professores" barraram esta busca, mataram um sonho,  porque não tiveram o discernimento ou entendimento  para entender o valor do incentivo. o real objetivo da avaliação. Pois enquanto o professor avalia com amor, dedicação e perseverança o seu aluno, automaticamente ela também está sendo avaliada, no sentido de buscar a melhor maneira para que o retorno do seu ensino seja produtivo.  
Infelizmente num passado não muito distante, as nossas escolas eram compostas por profissionais que ocupavam a cadeira de professor não por vocação mas, por falta de opção. Enquanto isto os alunos eram submetidos a suportarem professores amargos e nervosos, incapazes de dar um sorriso,  E muitos espelhavam nestes “mestres”, pois eram tidos como alguém querida e amada “tia”.
No momento das aulas exigia silêncio total, aluno nota 10 para aquele quentinho que chegava em sala de aula, guardava seu material, e assentava na carteira enfileirada sem se mexer, sem perguntas, apenas responder o que for lhe perguntado. Este aluno era lembrado na hora da avaliação. Lembro-me ainda muito pequena no pátio da escola ensaiando o Hino Nacional, uma pequena mechida no braço, talvés me incomodei com uma mosca na ponta do meu nariz, isto me custou um sussurrar horrível ameaçador do inspetor no meu ouvido e um biliscão. Sem o direito de dizer ai... Esta foi a escola da minha infância e de muitos. Infelizmente  aquele aluno barulhento, perguntador, brincalhão, este era tido como aluno problema, sem nenhuma perspectiva futura. Muitos destes, desistiram de seus estudos por falta de incentivo e compreensão, outros pulavam de sala em sala, de escola em escola, por terem sido expulsos e rejeitados. Os que desistiram frustradamente  seguiram outros caminhos em busca da sobrevivência nos trabalhos que não exigia currículo escolar ou até mesmo trabalho escravo. Sem contar com aqueles que alto destruíram suas vidas na marginalização, inicialmente em busca de um pedaço de pão Os que permaneceram tiveram progresso e hoje são visto como exemplo, a partir de então as escolas começaram a enxergar as crianças de uma forma mais pura, limpa e agradável, respeitando seu espaço, sua infância, principalmente o seu jeito de ser.  A criança deixou de ser punida por ser criança. Infelizmente a visão dos adultos acerca da criança era que elas vivessem como adulto, e automaticamente pulasse de imediato esta etapa, que era “perca de tempo” Quais etapas? As brincadeiras, as corridas, os pula-pula, os gritos, as conversas altas, brincar em sala de aula.  Enfim, viver como adulto, em silencio ao invés de gastar tempo, ganhava tempo. Nesta visão a criança não tinha animo pra ir a escola, portanto o seu desenvolvimento escolar era baixo. Mas contudo, melhor do que ficar em casa sem fazer nada.
          Tive o privilegio de ler a crônica de Celson Antunes Palmas ao fracasso, Nesta crônica, Celso Antunes aborda de forma brilhante a capacidade do ser humano em desenvolver seus talentos, mesmo que haja algum tipo de ação. Desta forma, ele nos mostra que o importante é a capacidade de se avaliar os progressos de cada um e, não apenas, seu resultado Andréa nunca soube dizer qual filho amava mais. Luciano, agora com quinze anos, um excelente aluno, ótimo filho e magnífico atleta. Sem prejuízo de seu desempenho nas disciplinas curriculares, sempre foi “vidrado” em esportes de maneira geral e no vôlei, de forma específica. Por uma partida, paga qualquer preço e, seja qual for a renúncia que a mesma imponha, sabe cumpri-Ia com extrema dignidade e sem jamais reclamar.  Alexandre, com doze anos, é deficiente físico. Arguto, inteligente, extremamente carinhoso e com empatia que chega às raias da paixão, segue sua vida limitada pela cadeira de rodas.
Da cintura para cima é perfeito e, mesmo com suas deficiências motoras, consegue ser um verdadeiro ídolo de seus colegas, sempre chamado para qualquer festa e envolvido em todas as participações e bagunças promovidas por sua turma. Andréa está vivendo com os filhos uma fase de euforia. Luciano, após muita luta, foi convocado para representar seu país nos jogos internacionais de vôlei que se realizará, no mês de julho, em Helsinki. Alexandre, após exaustivos exercícios nas barras paralelas, conseguiu, afinal, caminhar dois metros sem o uso da cadeira. É, ainda, muito pouco, mas com persistência e muitas horas de fisioterapia conseguirá, quem sabe um dia, manter-se em pé por alguns minutos. Qual dos dois sucessos empolga mais Andréa? Impossível dizer. Não existe como comparar a seleção brasileira de um e os dois metros vencidos pelo outro. O que a torna eufórica com o desempenho de seus dois heróis são, essencialmente, seus progressos e não seus resultados. Luciano é Luciano e Alexandre é Alexandre e, jamais, o limite de um servirá de parâmetro para o limite do outro. Nem todos os professores pensam assim. Avaliando seus alunos pelos rígidos limites de uma nota, descobrem apenas o ponto máximo a que podem chegar e não a dimensão do progresso de cada um durante o ano letivo. Se um de seus alunos “cresceu” muito durante o ano e a bagagem de conceitos que domina é o dobro dos que dominava há um ano, isso de nada vale diante do parâmetro absoluto e tirano de uma nota que define o limite da reprovação. Para professores assim, apenas Lucianos interessam... Progrediu muito, mas não pode passar. Não chegou à média cinco. Parabéns para outro colega que, durante o ano, apenas regrediu, mas cujo resultado ultrapassou o absurdo número-limite.
Fonte: Celso Antunes
                    Achei super interessante as palavras de Antunes especialmente quando ele diz “O importante é a capacidade de se avaliar os progressos de cada um e, não apenas, seu resultado”. Sim! porque o resultado do aluno x não é o mesmo que o aluno y, mas sobretudo o avanço de cada um é o que interessa. quando observamos os bancos de nossas escolas e vemos alunos esforçando em busca de conhecimento, e muitas vezes o resultado em questão de nota não é satisfatório. Enquanto isto existe outros que estão buscando não conhecimento mas, reconhecimento através dos diplomas e certificados, estes são os tais cérebros vazios e inchados  que não tem nada a oferecer, apenas arrogância, e preconceitos aos menos favorecidos, pois na verdades a mídia não vê o homem pelo o que é, mas pelo que tem, não importa como conseguiu, de onde veio, por onde passou, o importante é ter e não ser. Esta é a sociedade em que vivemos cabe cada um de nós fazermos a nossa parte. Ou seja, fazermos a diferença, mesmo que o reconhecimento não venha, pois o importante mesmo é ter prazer naquilo que fazemos e lutarmos por aquilo que defendemos. Portanto saber avaliar os nossos alunos é importante; sabermos primeiramente avaliarmos nós mesmos como professores. Para que assim sejamos justos aos vermos o potencial de cada um daqueles que estão dependendo do nosso critério de avaliação para prosseguirem, e jamais esquecer que uma avaliação justa pode muito em seus efeitos.

      REFERENCIA BIIBLIOGRAFICA
      HOFFMANN, Jussara Maria. Avaliação mediadora: uma prática em construção de pré-escola à universidade. Porto Alegre: Editora Mediação. 1999. p. 117 a 135.
      OLIVEIRA, Zilma R. Educação Infantil. Fundamentos e métodos. São Paulo: Cortez 2002. Texto a ser estudado: A avaliação na Educação Infantil. P. 253 a 255.
      NOGUEIRA, Nilbo Ribeiro. Pedagogia dos projetos – uma jornada interdisciplinar ruma ao desenvolvimento das múltiplas inteligências. 4. ed. São Paulo: Ética, 2003.
      BORGES, Teresa Maria. A questão do planejamento: o equilíbrio entre o espontaneismo e o diretivismo
       pedagógico. In: - A criança em idade pré-escolar. Uberaba – Vitoria, 2003 p. 32 – 38.
      PERRENOUD, Philippe. Avaliação: da excelência à regulação das aprendizagens – entre duas lógicas. Porto Alegre: Artes médicas Sul, 1999. p. 103 a 126.
      FERREIRA, Márcia Regina. PARONETO, Regina Maria. Planejamento e avaliação na Educação Infantil.
        Roteiro de Estudo 2. Etapa V. V.2. (pags. 19 a 39) - Uberaba – UNIUBE, 2009.     

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